A um tempo eu ouvi falar de um sistema criado por Shad M. Brooks, chamado Cogent Roleplay. O que me chamou atenção nesse sistema foi o sistema de iniciativa, onde em cada rodada, os primeiros jogadores a declarem suas ações são aqueles que tiraram o menor valor na rolagem de Iniciativa.
A ideia é que se o seu personagem realmente reagiu mais rápido, ele conseguira reagir às ações dos outros personagens. Por exemplo, isso permitiria que um jogador, sabendo que o inimigo decidiu subir em uma mesa, possa tentar virar a mesa em seu turno. Ou que um guerreiro, sabendo que o mago pretende lançar uma Bola de Fogo no inimigo, tome cuidado para não ficar no raio da explosão. Obviamente, quando o turno do jogador chegar, ele não pode mudar a ação que declarou no turno anterior. Então, por exemplo, se ele decidiu que ia jogar em seu escudo, não pode mudar de ideia só porque sabe que o jogador do arqueiro decidiu atirar uma flecha em sua direção.
Exemplo:
Ordem:
1) Ladino
2) Guerreiro
3) Vilão A
4) Mago
5) Vilão B
Mestre: Todos vocês percebem que o Vilão B pretende atacar o Mago.
Mago: Eu tomo distância e conjuro Congelar no chão.
Mestre: Percebendo isso, o Vilão A decide pular para uma das mesas.
Guerreiro: Eu vou virar essa mesa.
Mestre: Ladino, você viu tudo isso. O que você faz?
Ladino: Vou deslizar por debaixo da mesa e ficar esperando o Guerreiro derrubar o cara na minha direção.
Mestre: Guerreiro, faz um teste de Força.
Guerreiro: 15
Mestre: O Vilão A pula para cima de uma das mesas, mas o Guerreiro protamente a vira, fazendo o Vilão A cair bem cima do Ladino, que já aguardava com a sua adaga em mãos. Faz um teste de ataque rolando +1d6.
Ladino: Miro no coração, logo, alvo especifico.
Mestre: Beleza.
Ladino: 14 acerta? Se sim, toma 20 pontos de dano.
Mestre: Aproveitando-se de que o alvo está caindo, você concentra-se apenas em mirar a faca no ponto mais vital, deixando o peso do alvo fazer o resto do trabalho. O Vilão A está morto. Agora sobre o Vilão B, ele correu na direção do Mago, mas este conjurou Congelar e o Vilão B... (*rola dados) O Vilão B caiu no chão. Inicia-se a segunda rodada e vocês percebem que o Vilão B vai tentar arremessar seu machado no Mago.
Mago: Vou confiar em meus companheiros para me defender. Apenas conjuro Relâmpago em sua direção.
Guerreiro; Me coloco na frente do mago e uso meu escudo para bloquear a machadada.
Ladino: O mané, assim o mago não vai conseguir acertar o raio! Eu vou empurrar o Guerreiro pra fora do campo de visão do mago.
Mestre: O Vilão B arremessa o machado, mas o guerreiro se coloca na frente... Ele tirou 17 no teste de ataque.
Guerreiro: Putz, pegou.
Mestre: O machado acertou o ombro do Guerreiro, causando 12 pontos de dano. Assim que isso acontece, o Ladino pula e empurra o guerreiro para o chão, então o Mago...
Mago: Tirei 12, consegui!
Mestre: O Mago conjura sua magia e um raio de eletricidade atinge o Vilão B, matando-o.
O que acham desse método de interpretar a Iniciativa e os turnos, onde todas as ações ocorrem ao mesmo tempo?
É um método muito interessante e divertido a se pensar, mas pode dar muita merda dependendo dos testes kkkk. Mas eu gostaria de jogar uma seção assim, se for mestrar por discord me chama Eron#0995
Eu tentei fazer algo parecido em uma de minhas campanhas... Em combates curtos como o demonstrado, é sim, divertido, porém, se trazermos esse modelo de combate para uma coisa mais ampla como um 4x4 todos com mais de 40PV , fica altamente maçante e cansativo principalmente para o mestre , pois são muitas ações e você pode acabar se perdendo. Mecanicamente agrada, pois cria-se possibilidades que antes não existiam. No mesmo exemplo apresentado vimos um guerreiro praticamente utilizando um "Égide" só que como ação de movimento. No geral, é uma boa técnica, Vampiro Idade das Trevas utiliza do mesmo esquema e funciona até bem para o que proposto no material. Mas na minha opinião sincera, o mestre tem que ter muito culhão pra enfrentar esse modelo de narrativa, pois não é nada fácil.
Sim isso já estaria em um outro nível de mestrar, eu humildemente digo, eu n teria capacidade pra isso, mas gostaria de jogar.
Vou testar esse método esse sábado, supondo que tudo dê certo e ninguém cancele de ultima hora (sabem como é). Depois eu venho dar meu feedback do que rolou.
Acho que o que pode complicar mais são as reações, já que o sistema colocou essas habilidades como formas de "emular" um combate onde as ações são simultâneas, mas vamos ver no quê que dá.
Esperando atualização. Quantos seres participaram dessa batalha na sua mesa?
Eu testei. Foram 4 jogadores.
Conclusão: É ótimo contra pequenos grupos de inimigos, contra grupos maiores nem tanto. A realidade é que, invariavelmente, mestrar assim leva mais tempo, já que você vai estar praticamente multiplicando a quantidade de rodadas por dois. Afinal, toda rodada será dividida entre "declaração de ações" e "execução de ações". Eu recomendaria o uso apenas em situações onde o grupo está enfrentando um outro grupo de mesmo tamanho ou menor, mas não em batalhas contra diversos minions.
Uma cena legal foi quando a feiticeira disse que ia pular de uma arvore e tentar se pendurar nuns galhos durante a queda, mas o patrulheiro viu que isso ia dar ruim e decidiu pular, pegar ela e usar sua pistola de gancho de escalada para aparar a queda dos dois. Então como ele tinha iniciativa mais alta, ele só anulou a ação dela. Eu deixei ela rolar de qualquer jeito, só por desencargo de consciência, ela tirou erro crítico. Então foi literalmente uma cena de filme, onde mina tentou descer da arvore, mas o galho em que se segurava quebrou, e o herói teve que salva-la balançando em uma corda ao estilo Tarzan/HomemAranha/IndianaJones/Batman. A parte mais engraçada é que o patrulheiro criou a personalidade do personagem dele toda ao redor de ser um "protagonista genérico", além do fato de que o patrulheiro e a feiticeira eram amigos de infância.
Eu particularmente, gosto desse modelo de narrativa em situações off combat. Em combate não me agrada muito justamente pela complicação dos combates com muitos participantes. Mas off combat funciona que é uma beleza!
Eu tô pensando em tentar outra parada. O estilo do RPG Dungeon Worlds, onde não existe qualquer distinção entre Combate e o resto do jogo - até porque, não deveria existir.
Basicamente, nela você só ignora a iniciativa e pergunta pros jogadores o que eles fazem a cada rodada, como se tivesse fora de combate. Quem falar primeiro age primeiro, a menos que essa pessoas especifique querer que seu personagem haja depois de alguém ou de algum evento (Ex: Fico mirando meu arco para a porta, atiro se alguém entrar. OU Eu espero o mago usar a Bola de Fogo dele, depois uso Encontrão para terminar o serviço). Aí, como no resto do jogo, os jogadores decidem o que o grupo vai fazem em conjunto.
Só não quero testar isso na minha próxima sessão porque é a ultima, então eu prefiro usar o sistema atual, que pode não ser perfeito, mas eu sei que funciona XD kkkkk
Que isso Sentoki, pelo que to vendo, quanto mais imersão e liberdade dos jogadores pra você melhor né, se tiver com alguma mesa online e se puder, me chame kkkkkkkk
Obviamente, quanto menos "burocracia", melhor XD kkkk
Se um dia eu fizer uma mesa online, vou lembrar de te chamar ;D
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