O Background pode ser um problema para o jogador que insiste em ter um.
Por exemplo, se ele quer seguir a deusa Y ela pode ser tida como uma seita de infiéis e até caçada no local onde ele está indo, recebendo vários redutores de reação e carisma naquela sociedade. Na verdade, ninguém tem problema de te rum background fora do cenário, mas ele precisa pagar o preço da exclusão social. Imagine um egípcio no império romano vestido como se estivesse no deserto e adorando Rá... certamente o resultado não era bom, mesmo em uma cidade cosmopolita como Roma. Isso aplico para o jogador entender que tudo tem um peso.

Você não é o único, também sou extremamente preguiçoso. Tem gente que gosta de fazer o worldbuilding, mas eu só gosto de ver jogador feliz, então como detalhes sobre o cenário impactam muito pouco na experiência do jogador, eu tendo a não perder muito tempo com isso.

Desde que as expectativas sobre o mundo estejam bem definidas, dá pra mestrar sem se aprofundar muito no mundo. Então no mínimo, os jogadores deveriam saber coisas como o quão acessível é a magia, se aventureiro é uma profissão, se o reino é mais liberal ou mais tirânico, se monstros são comuns, se a existência dos deuses é uma certeza ou se é subjetiva, etc... Obvio, você pode muito bem lidar com essas perguntas conforme elas forem aparecendo, ao invés de escrever um pdf. de 20 linhas - que ninguém em vai ler - respondendo uma por uma.

Em resumo, ao invés de escrever um textão explicando que não pode criar monges ou usar armas de fogo, tu só explica para o jogador com a ideia destoante que o conceito de personagem dele não se encaixa muito com a proposta do jogo e depois dá pra ele algum conselho sobre como alterar o conceito inicial dele para que se encaixe (ex: você pode aconselhar que ele troque o monge por um xamã, que também é um porradeiro espiritual; ou a trocar armas de fogo por bestas, que também são armas "mecanicas" de alto dano).

Sobre os jogadores, acho legal trabalhar a backstorie junto com ele. Por exemplo, eu sempre pergunto pros meus jogadores onde os personagens deles nasceram. Aí como eles não sabem as cidades de Drakon, pesso para me darem uma descrição bem aberta (ex: "na capital real", "em uma vila", "em uma cidade portuária", etc), então pego a descrição deles e acho uma cidade no mapa que encaixe com a descrição - ou mesmo invento uma nova cidade ou altero a lore de uma cidade original.

EXEMPLO
Eu gosto de mestrar em Drakon, pois eu já tenho uma base boa do cenário e porque as regras do jogo e o lore das raças/classes foi escrito ao redor dele, mas aí um jogador chegou pra mim dizendo que queria jogar com um homem jacaré que foi encontrado no mar quando bebê por marinheiros.

Até onde eu sei, não existem homens jacaré em Drakon, então eu comecei a trabalhar. Primeiro, falei pra ele jogar com a classe Draconiano da DC11. Segundo, pensei numa explicação pra a backstory dele.

Resultado: Em Arkania, não existiam apenas dragões de fogo e gelo, mas também dragões aquáticos - oficialmente não, mas quem manda no meu mundo sou eu. Porém os dragões aquáticos ficaram tão arrogantes, que foram banidos para a Ilha do Lagarto - oficialmente, essa ilha é só um lugar normal, com alguns goblins vivendo lá, mas no meu mundo ela é uma ilha inóspita com dinossauros, de onde nenhuma embarcação que se aproxime volta.

Os pais do personagem eram dessa ilha, mas quando um culto fanático começou a ganhar força, eles tentaram fugir em um barco, mas acabaram tendo que ficar pra trás para atrasar seus perseguidores e permitir que seu filho fugisse - tipo o Superman.

Esse é o motivo dele ser o único homem jacaré em Tebryn, assim como o porque dele ter sido encontrado a deriva no oceano. BOOM! CRIATIVIDADE!

Bom, tem uma técnica exatamente pro seu caso:A técnica do Iceberg vazio

E na verdade ela é muito simples: Faça um mapa do local onde se passa, com vários nomes prós locais e baba
Tu não vai ter criado tudo, mas vai dar a impressão de que o cenário está cheio.

Francamente eu usei essa técnica no começo do meu cenário, na primeira campanha, e mesmo que tem sido a melhor campanha que eu já joguei em vários aspectos, teve muito furo insatisfatório pelo fato de as coisas serem preparadas conforme a necessidade, mesmo com o iceberg.
Agora nessa segunda campanha nesse cenário, onde se passa um ano depois, com novos players e tudo mais tô tentando corrigir as coisas, as poucos enquanto a campanha anda tento ir escrevendo lore das cidades do reino, escrever sobre os deuses, a lore dos vilões, isso tudo pra mim conseguir fazer algo satisfatório não so pra mim quanto prós players pois a qualidade da aventura cresce um jeito absurdo.