Voltar
Regras para Batalhas Campais
Ver perfil Desmond "Estrela Negra"

Em uma campanha recente, os jogadores da minha mesa estavam no cenário de Arkânia em um contexto de guerra civil e eventualmente se encontraram em uma batalha com exército de milhares de soldados. Porém, infelizmente, com sou um mestre que adora improvisar... Acabei colocando essa batalha na sessão sem pesquisar sobre regras de batalha campal. Como vocês lidam com batalhas em grande escala com em encontros de exercitos, por exemplo?

Existe alguma regra pronta para essas ocasiões?

Criado em 25/11/2020 01:30:47 em Assuntos Gerais
Comentários:
Ver perfil Mithelstan

Eu uso um tabuleiro improvisado ( uma cartolina que desenhei um grid), desenho as partes importantes do terreno nesse tabuleiro, uso objetos de tamanho aproximado pra representar estruturas, e como unidades eu uso um conjunto de fichas de poker.
Cada valor de ficha represente um tipo de unidade (por exemplo a ficha de 5 pode representar um grupo de 5 guerreiros humanos comum) e as empilho pra representar tropas maiores ( uma pilha de três fichas de 5 representa 15 guerreiros).
Quando um confronto de tropas acontece eu rolo 1d6 pra cada ficha que tiver na pilha e comparo os dados e qual tiver mais dados com o resultado maior ganha e a tropa inimiga perde uma quantidade de fichas em relação a proporção dos resultados dos dados ( uma pilha de três fichas contra outra igual, são três dados contra três dados, a primeira ganhou nas duas primeiras rolagens e perdeu na ultima, 2-1=1 logo o inimigo perdeu 1 ficha da pilha).
Independente do número de rolagens que uma tropa ganhou o perdeu sempre que um dado cair no 6 o inimigo perde uma ficha.
Aliás, vc escolhe a tropa mais comum do campo e põe essa como padrão, uma tropa mais forte que ela (uma tropa de blazikins em relação a uma de guerreiros por exemplo) tem um bônus de +1 ou +2 nas rolagens, e o inverso tbm no caso de uma tropa mais fraca com -1 ou -2.
Eu colo também uns traços diferentes pra certas habilidades das tropas, arqueiros conseguem atacar de longe, cavalaria é mais rápida, magos são OP.
Ai funciona em turnos, no seu turno vc pode mover e atacar com cada tropa.
E é assim que eu mestro guerras, na duvida improviso uma regra e tento dar vantagem ao jogadores pra ser mais divertido.
Claro que vc também pode fazer a guerra toda narrada e pensar em táticas e rolar dados pra ver se essas táticas/confrontos funcionam ou não.
No mais espero ter pelo menos feito surgir ideias que vc possa usar nessa bagunça de coisas que eu escrevi.

Criado em 25/11/2020 02:14:13
Ver perfil Mithelstan

Btw, eu dei uma revisada nos materiais e na 11° Dragon Cave da fase 1, pag 4, tem um conteúdo oficial sobee sistema de guerras.
Mas fica em conta que é antigo e muito desatualizado, mas mesmo assim pode ser útil.

Criado em 25/11/2020 10:51:32
Ver perfil SentokiHanta

Eu não curto deixar os jogadores controlarem os exatos movimentos e ataques de tropas e batalhões, afinal, em um RPG os jogadores só possuem controle sobre os seus próprios personagens. Qualquer comando que eles fizessem às tropas seria feito pelos personagens da maneira que tais comandos eram feitos em situações reais (Ex: Os jogadores decidiriam o que cada unidade faria previamente na fase de planejamento e então passariam essas ordens para cada comissário. Os jogadores lutariam nas batalhas individualmente, fazendo ataques e soltando magias, porém dando ordens de vez em quando às tropas).

EXEMPLO DA FASE DE PLANEJAMENTO:
Mestre: Vocês estão na sala de planejamento. Sobre a mesa há um mapa da região e sobre o mapa existem peças de madeira que representam cada uma de suas unidades.

Guerreiro: Quero atrair os seus soldados para o rio, assim poderemos ter uma vantagem enquanto lutam em terreno difícil.

Mago: O Barão não é burro, nunca ordenaria que suas tropas corpo-a-corpo avançassem no meio de um rio. Ordenará apenas que seus arqueiros e magos nos ataquem.

Bardo: Deixa essa parte comigo. Tenho a música perfeita para provoca-los e faze-los atacar, com o Barão ordenando ou não.

Mago: Uhm... A partir daí, eu poderia congelar o rio e...

Guerreiro: Não, precisamos da sua cobertura. Leve os nossos conjuradores para essa colina, daqui vocês podem usar suas magias para manter os magos do inimigo ocupados.

Ladino: Enquanto isso, eu e os meus rapazes podemos passar despercebidos pela por essa floresta aqui à esquerda e ataca-los pelos flancos de surpresa.

Mago: Eu admito que dessa distância será difícil nos ver, mas também será difícil ver eles.

Ladino: É para isso que serve aquele carregamento de lunetas que eu roubei semana passada.

Mago: Amigo, você pode ser um salafrário, mas é meu salafrário favorito.

EXEMPLO DA FASE DO COMBATE:

Mestre: Os dois exércitos se encontram, separados pelo rio. Vocês veem que o Barão tem os números ao seu lado.

Mago: Homens, fiquem abaixados. Não queremos que saibam que estamos aqui.

Ladino: Rapazes, iremos nos mover quando os conjuradores começarem a atirar.

Guerreiro: Preparem-se senhores, deixem que venham para nós.

Bardo: Vou começar a cantar uma música tentando provoca-los.

Mestre: Testes de Vontade.

Bardo: Dezesseis!

Mestre: Os soldados inimigos ficam furiosos e avançam mesmo sob os protestos do Barão. Alguns jogam machadinhas e lanças em sua direção. Qual tua defesa?

Bardo: Doze.

Mestre: Tomou.

Bardo: Posso usar Evasão?

Mestre: Pode... Eles erram todos os ataques, as armas acertam o chão ao seu redor, mas te deixam ileso.

Bardo: TACA A MÃE PRA VER SE QUICA! Aí depois de gritar isso eu volto correndo.

Mago: Agora! Conjuro Bola de Fogo na retaguarda no inimigo, onde estão seus conjuradores. Tirei 13!

Mestre: Você e seus magos fazem com que esferas de chamas explodam aos pés dos conjuradores inimigos, desnorteando-os. Eles achavam estar fora de seu alcance, mas as lunetas aumentaram consideravam mente o seu campo de visão. Ver o fogo em sua retaguarda só encoraja mais ainda aos soldados inimigos a avançar pelo rio.

Ladino: Avancem, mas furtivamente. A pressa é inimiga da perfeição.

Mestre: Faça um teste de Vontade.

Ladino: 9

Mestre: A maioria dos seus homens segue as suas ordens e andam cautelosamente pela floresta, mas você vê que adrenalina faz alguns se afobarem.

Ladino: Maldição!

Mestre: Os inimigos estão na metade do rio. Vão atacar?

Guerreiro: Mantenham seus postos! Arremessem suas lanças e saquem as espadas, mas aguardem até que venham a nós.

Mestre: Teste de Vontade.

Guerreiro: 14

Mestre: Os seus soldados são bem disciplinados e seguem as suas ordens à risca, eles arremessam suas lanças e acertam alguns soldados no inimigo, mas mantem a posição após sacarem as espadas.

Ladino: Já cruzamos a floresta?

Mestre: Já, porém quando saem da floresta, as forças inimigas já aguardavam por vocês. Sim, isso dividiu as forças inimigas, mas vocês não conseguiram as pegar se surpresa.

Ladino: Melhor do que nada. Atacar!

Guerreiro: Eles já chegaram?

Mestre: Sim.

Guerreiros: Não os deixem sair da água! Por Tebryn, atacar!

Bardo: Começo a tocar uma música inspiradora para animar a galera.

A partir daí tu só narra as ações individuais de cada jogador, dando uma ordem aqui, uma inspiração ali, tentando matar um comandante inimigo, etc... De vez em quando vai inserir uma complicação - alvez a moral esteja caindo, talvez o inimigo tenha uma arma secreta, talvez comece uma tempestade, etc - qualquer coisa que obrigue os jogadores a improvisarem e adaptarem sua estratégia original à novas condições que surgirem. Mas uma coisa de certeza tu não vai fazer: VOCÊ NÃO VAI FAZER OS SEUS JOGADORES COMANDAREM AS TROPAS COMO SE FOSSEM PEÇAS DE XADRES ESTILO FIRE EMBLEM!!!

Criado em 26/11/2020 03:50:28
Ver perfil Mithelstan

Sentokai. Eles não estavam dando ordens, eles (no comando das tropas) criaram toda uma estratégia que foi seguida pelos comandantes de cada grupo de tropas. Eles não estavam pessoalmente comandando cada tropa como se fosse deles.

Criado em 26/11/2020 07:22:13
Ver perfil SentokiHanta

Só estava dando uma sugestão baseada em como eu gosto de fazer. Desde que tenha sido divertido, manda bala. ;D

Criado em 27/11/2020 01:43:54
Ver perfil Bielegos

Então cara, tenho um texto sobre isso no Adak. Se quiser conferir: https://coisinhaverde.com.br/mightyblade/topico/671 (Pag.12)

Criado em 04/12/2020 01:38:16
Ver perfil Desmond "Estrela Negra"

Essa de Adak me pareceu bem complexa. :/

Criado em 04/12/2020 09:31:46
Ver perfil Bielegos

Por que?

Criado em 04/12/2020 11:24:28
Ver perfil Desmond "Estrela Negra"

Muitos cálculos envolvendo médias e divisões, isso me preocupa um pouco. A verdade é que é bem raro encontrar uma mecânica legal para combates campais em sistemas de RPG, isso é mais comum em board games como War por exemplo. A natureza do RPG não é colocar os personagens como parte ativa em uma guerra e sim, dar pra eles aventuras em paralelo à guerra... Então fica difícil achar alguma espécie de mecânica que seja rápida, prática, e imersiva ao mesmo tempo.

Criado em 04/12/2020 01:47:59
Ver perfil Bielegos

Sim. E acredito que seria impreciso demais usar uma mecânica sem cálculos, pelo menos pra saber no que um exército é bom e ruim, como o War faz. Não acredito que é possível fazer uma guerra precisa e que não envolve bastante mecânica.

Criado em 07/12/2020 09:06:31
Ver perfil Desmond "Estrela Negra"

Nesse contexto você encontra os dois extremos: Um combate mecanizado que acaba focando muito nos cálculos, tirando um pouco a imersão e as vezes até a diversão dos jogadores. E você tem o combate interpretativo que o Sentoki deu exemplo, que é muito mais imersivo, porém muito impreciso e as vezes até forçado em prol de uma praticidade e de uma dinâmica ( Nesse ultimo caso, quando o time ganha é ótimo, mas e quando o time perde? Os jogadores raramente ficam satisfeitos). Então batalha campal em RPG é sim um bom debate a ser feito. Não é tão simples assim.

Criado em 08/12/2020 10:15:27

Você precisa estar logado para comentar.